Em Dezembro de 2011 os indícios de depressão apoderaram-se de mim mas infelizmente nunca ninguém soube. Eu fechava-me no meu quarto sozinha e nunca ninguém reparou ao ponto a que cheguei. E eu chorava muito. Eu sofria muito em silêncio. E todos os problemas insistiam em ficar. Ninguém imaginava a minha dor. Calada, eu vivia uma das piores fases da minha vida. Mas felizmente recuperei. Sozinha, SEMPRE SOZINHA, eu consegui não cair naquele buraco. No entanto, ao mínimo abalo eu tendo a regredir. Eu não estou forte. Eu não estou capaz de sorrir para tudo fingindo que nada me abala. Eu continuo insegura. Eu continuo a não gostar de mim. E eu sofro... sofro muito.
Em mim invade um sentimento de fracasso. Uma vez disseram-me que não era capaz de fazer ninguém feliz e até hoje isso não me sai da cabeça. Começa a bater certo. Eu não consigo ser boa o suficiente para NINGUÉM.
As pessoas dizem que estão comigo mas não estão. As pessoas dizem que gostam de mim mas eu sinto-as a perder. Não adianta dizerem-me uma coisa quando provam o contrário. Das duas uma: ou sou eu que ando a imaginar demais ou as pessoas são uma coisa comigo e com outras são completamente diferentes. E isto leva-me a concluir que as pessoas se cansaram de mim mas não têm coragem para o admitir. Pode parecer que não mas eu noto quando as coisas mudam. E as coisas mudaram. O interesse desapareceu. Parece que apenas ficou a obrigação.. E acabam por não ter noção que mínimas coisas me magoam profundamente. Repito, se calhar não tenho a melhor maneira de gostar de alguém mas amo com tudo o que posso e não posso. Falho muitas vezes, sou explosiva, digo muitas coisas que não sinto. Sim, é verdade. Mas caramba, eu sou humana. Também tenho este direito. Não que eu goste de ser assim mas às vezes não consigo controlar.
Se sou ciumenta? Sou, MUITO. Tenho a mania de que tudo aquilo que gosto é meu e acabo por não conseguir lidar da melhor maneira quando vejo o que não gosto. Só que não posso julgar. Não tenho esse direito. E por isso sofro em silêncio. Acabo por ter mil e uma coisas travadas na garganta por não querer magoar os outros... sim porque sou perita nisso. Talvez com um bocadinho de persistência e eu acabaria por falar. É por isso que odeio que desistam de mim facilmente. Se estou mal e querem que fale, têm de insistir pois quando eu digo que não quero falar, na verdade quero e muito mas não sou capaz de o admitir. Sou orgulhosa? Talvez sim, talvez não mas é assim que sou. E por isto tudo, eu tenho a minha vida do avesso. Eu passo os dias a chorar. Eu sinto-me perdida. Não sei o que fazer para me erguer. Não tenho forças para mais. São demasiadas quedas e eu sou frágil. Eu tenho um turbilhão de sentimentos a girar em torno de mim. Eu estou infeliz...