quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Não me sais da cabeça

Adormeço a custo, acordo do nada, viro-me, reviro-me, primeiro o corpo depois a cabeça, os pés empurram-se um ao outro no fundo da escuridão que não suporto, por isso levanto-me, os pés tocam o chão frio e encolhem-se, vou à janela e puxo os estores devagar, primeiro uma fresta, depois duas, três, sete, doze até a luz do candeeiro da rua iluminar o quarto, quem me mandou morar num segundo andar com a puta da lâmpada mesmo de chapa para os meus olhos, mas quando se compra uma casa nunca se vêem estes pormenores, como por exemplo o contador da água do vizinho nas escadas a paredes-meias com o meu quarto a estrelar-me a paciência, as rachas no chão da varanda ou a lareira que afinal não fuma e me enche a casa de um pó nojento que me põe logo com um ataque de asma.
Com o movimento da persiana, as cortinas estremecem, solta-se o pó daninho que me sobe pelas narinas e desato a tossir, doem-me as costas, doem-me as pernas, tenho frio e sono e, por isso, volto para a cama à espera do torpor que não vem desde que voltaste para casa dela e afinal decidiste que eras mais feliz com ela do que comigo, ela que tem dois filhos e nem sabes se são teus; o mais velho deve ser, tem o teu nariz e as tuas sobrancelhas, mas o mais novo é tão diferente, coitadinho, parece que saiu numa barraca da Feira Popular, tum, tum, acertei no alvo com as espingardas todas, sou o maior, tome lá este menino que é o prémio para quem tem tão boa pontaria, diz a senhora que não cabe atrás do balcão, que é viúva e quando o marido se cansou das farturas e pasou-as à Joaquina, agora é a Joaquina que incha da manhã para a tarde, ela diz que não come, que fica assim só de estar ali a fritar e tu trouxeste o menino para casa, isto sou eu a delirar acordada enquanto o sono não chega, a tosse não pára, no tecto do quarto os faróis dos carros reflectem-se em listas de luz e eu só me lembro da minha mãe a dizer olha que ele não presta, homem casado é uma praga, põe-no a andar antes que ele te dê cabo da vida.
Vida? Qual vida, penso eu deitada na cama, vida tinha eu quando vivias comigo, fazia-te um bife do lombo com batatas fritas e ovo a cavalo que te encostava às boxes em três tempos, esparramavas-te no sofá a esvaziar os miolos em frente ao televisor e, cada vez que o Benfica jogava, abrias uma lata de Superbock e desenterravas do roupeiro um cachecol ranhoso e surrado e foi assim que aprendi o que era um canto, um livre e um fora de jogo.
Livre e fora de jogo estou eu agora, desde que decidiste que eras mais feliz com ela do que comigo, mas tu nunca soubeste o que era ser feliz, por isso é que te foste embora, não me sais da cabeça, estúpido, imbecil, cobarde, idiota, egoísta, odeio-te e amo-te, amo-te e odeio-te, por isso um dia deste acordo e arranjo uma maneira de a cortar, mas primeiro corto o coração que é para me esquecer como dói o amor.
ay como duele el amor
lembras-te da música? A gente a dançar em Puerto Plata naquele hotel tão lindo mesmo junto ao mar, bungallows para brincar às casinhas, depois levaste-me para a praia e fizemos amor ali mesmo, ainda sinto a tua carne cá dentro, já lá vão seis meses, era o que faltava, além de não me saíres da cabeça também me ficaste no corpo.
Mas um dia destes, com ou sem cabeça, com ou sem coração, vou conseguir acordar sem pensar em ti durante três minutos e depois adormecer outra vez, sem que nada me acorde e então vou sonhar outra vez com a barraca dos tiros onde não há bonecos espalmados com um alvo no sítio do coração, mas tu, tu e ela, de carne e osso, tum, tum eu atiro e vocês morrem e a senhora que está atrás do balcão pisca o olho à Joaquina e diz-me tome lá os meninos que são o seu prémio e então eu pego nos catraios, vou direitinha às farturas empanturrar-me de sonhos e fico ali a vê-los a engordar como a Joaquina e nesse momento, entre o êxtase da gula e o absurdo da visão dos pequenos a incharem como dois balões e desapareceram pelos ares atrás da Roda Gigante, talvez nesse momento me saias da cabeça e desapareças da minha vida para sempre.


By, Margarida Rebelo Pinto.

Addicted to Love

Sabe, senhor doutor, eu acho que até nem estou doente, mas foi uma grande minha amiga que me disse para cá vir. Foi ela que me convenceu que isto que eu tenho pode ter, como ela diz, um fundo patológico. Eu acho que não, senhor doutor, mas como ninguém é dono da verdade porque a verdade nunca é só uma nem única, até pode ser que a minha amiga tenha mesmo razão e eu não ande boa da cabeça.
Para ser mais exacta, não é na cabeça que reside o mal, isto sou eu só a pensar alto, que é para isto que uma pessoa cá vem, também me explicou a minha amiga que é sua paciente e que por decoro, não lhe posso dizer quem é. 
Ando nisto desde a segunda classe que é quando uma pessoa entra na idade da razão. Até nem comecei muito cedo, já ouvi histórias de pessoas que revelaram sintomas com três ou quatro anos, mas a verdade é que embora me tenha dado o primeiro ataque na idade da razão até hoje nunca me perguntei porquê. A vida está cheia de ironias e uma delas reside nisto mesmo; se calhar estou doente há quarenta anos e nunca me apercebi disso. Mas há sempre um dia em que uma pessoa tem que enfrentar a realidade, sob o risco de ser engolida por ela e é por isso que cá vim, para ver se me ajuda a evitar essa contingência.
Primeiro foi o Paulo, que tinha cara de sonso e os olhos muito azuis. Parece-me que tinha cabelo oleoso e morava num bairro sinistro, mas desses pormenores só me lembro agora. Na altura andava era mesmo encantada com ele. Depois foi o João Pedro, que era primo de uma amiga e também tinha olhos azuis. E depois o João Carlos, meu colega do ciclo. E depois o filho do alfaiate, e depois o Miguel, um moreno de olhos grandes que morava no prédio em frente, jogava ténis e futebol e que não me ligava nenhuma. E olhe que ainda não tinha 14 anos quando o conheci. Não, não foram meus namorados; naquela época ninguém sabia como é que isso se fazia, não havia filmes nem essas coisas, dar a mão era um acto aventuroso, emocionante, que roçava a indecência, por isso o amor era sempre platónico e um sorriso cúmplice, um bilhetinho dentro do compêndio de matemática ou café tomado às escondida no café da esquina eram o suficiente para alimentar meses de paixão ardente e silenciosa. 
Eu achava que com a idade isto me passava, casei, tive dois filhos, separei-me quando o meu marido perdeu o interesse por mim e olhe, há dez anos que continuo nisto. Agora são os colegas da empresa, o meu vizinho do sexto esquerdo que a mulher deixou com três filhos, o meu advogado que também tem uns olhos grandes e joga ténis e outro dia, veja só ao estado a que cheguei, dei por mim a fixar o olhar no rapaz que é caixa no banco. 
Deve mesmo ter uma doença, sou viciada em amor. Mas é um amor platónico, impossível que quase nunca se concretiza. A minha amiga diz que já sofreu do mesmo mal e que o senhor doutor a tem ajudado e é para isso que estou aqui, porque nunca percebi se é o coração que manda na cabeça ou vice-versa e já agora gostava de e tentar resolver esta dependência que me alimenta os sonhos e me impede de viver.



By, Margarida Rebelo Pinto.

Fazer feliz


« O que eu quero mesmo é que sejas feliz. Não sei se sabes, talvez não tenhas tido tempo para perceber que para mim sempre foi e será isso o mais importante, mesmo que a vida te leve para outros caminhos e que sem sequer voltes a cruzar-te comigo.
Não tivemos tempo para nada, o tempo é um ladrão, mas tu és um ladrão ainda mais esperto, porque roubas tempo ao tempo e foi assim que entraste a saíste da minha vida como um furacão, chamei-te El Niño e tu riste-te com a tristeza das crianças quando estão cansadas, e eu agora vou assistindo a cada dia que passa ao crescimento de um fosso imenso entre nós, apesar de todo o amor que sentimos um pelo outro. Já reparaste que este verbo conjugado nesta pessoa é igualzinho no passado e no presente? Mas isso agora não interessa, porque nem tu o queres conjugar em nenhum tempo nem modo, nem eu espero que o faças.
Há alguns anos que aprendi a amar assim e sei que as pessoas que partem são aquelas que amo e que por isso tenho de as deixar ir, mesmo que isso me deixe vazia e cansada. Aprendi a deixar partir as pessoas porque sei que nascemos e morremos sozinhos, que tudo o que é realmente importante na vida descobre-se e aprende-se na solidão. E que por mais que te ame e te queira proteger com os meus braços de mãe, sei que é inútil e que só tu podes crescer e descobrir o que é mesmo importante para ti.
Mas custa-me, meu pequeno e irrequieto furacão, custa-me ver-te cada vez mais cansado e desligado do mundo, como se não tivesses força para viver a tua vida e te alienasses num código de conduta que achas que é o melhor para deixar toda a gente contente, sem teres que pensar em ti. É que é muito mais fácil esqueceres quem foste do que tu julgas. E se habituares a viver assim, os anos vão passar a correr e quando olhares para trás, verás que aquela vida não foi a tua, foi só a que tu pensaste que era mais fácil terMas não adianta falar, não adianta explicar-te o que já esqueci e que ainda não conheces, porque o que eu quero mesmo é que sejas feliz. Apesar de tudo, há um truque que te posso ensinar e como tu és como eu, também tens um coração do tamanho do mundo só que ainda está adormecido, por isso talvez isto te ajude. Só há uma maneira de uma pessoa ser mesmo feliz, sabes qual é?
Não tem a ver nem com o dinheiro, nem com o sucesso, nem com a fama, nem com a realização dos nossos sonhos.Aprende-se com o tempo e descobre-se com a vida. Pratica-se todos os dias como quem reza e às vezes custa mas vale a pena. É o truque mais difícil do mundo para quem nunca o recebeu e mais fácil para quem já o teve. O truque é fazer feliz a quem se ama, como dizia o João Gilberto. O mesmo que dizia que o amor é a coisa mais triste quando se desfaz. Mas isso faz parte da vida, como a morte, como a falta de sorte, como a falta de tempo, como o medo e a vontade, como tu e como eu.
E o nosso amor, aquele que o tempo, ou a vida, ou o medo, ou a falta de sorte não deixam construir, está guardado para sempre.Talvez um dia sirva para alguma coisa, para fazer feliz alguém, como eu já te fiz a ti e tu a mim, num tempo fora de todos os tempos em que eras tu que estavas comigo e não uma imagem à tua semelhança que inventaste para enganar o tempo e o mundo.
Quando quiseres descansar e olhar para dentro, verás que não é assim tão difícil. Como tudo o resto, é só querer. »
Margarida Rebelo Pinto.

Carregar Pianos.

Há várias formas de levar uma relação para a frente – dizia o Luís enquanto preparava uma sanduíche de queijo e fiambre, depois de chegarmos da praia. – Eu, por exemplo, ponho-me a jeito a deixo-me ir. O tempo vai-me dando indicações subtis se de facto um entusiasmo inicial pode ou não levar a qualquer coisa mais consistente e nem sequer penso o que é que vai ser. A isso, os americanos que têm grande sentido prático e são bons em expressões chamam dar um Let Go. Mas tu não. Tu passaste a vida a carregar pianos. Pois passei. A vida toda. Desde o dia em que me apaixonei pelo palerma da terceira classe, depois pelo primo direito da minha amiga Paula, depois pelo Miguel que não me ligava nenhuma e passava o tempo a jogar futebol e ténis. E depois, por mais meia dúzia de caramelos a quem tive o azar de achar alguma graça. Paixões de adolescência. Começam do nada e acabam em nada porque não valem nada, a não ser enquanto duram, às vezes com a vida mais curta do que uma mosca. Paixões impossíveis, que nos tiram o sono e o apetite, nos põem a contar as estrelas e a escrever poemas pirosos, nos fazem rezar mesmo quando já deixámos de ir à missa desde os doze, nos adoçam o coração e o olhar e enchem a almofada de água salgada quando as coisas correm mal, ou pior ainda, não correm.

Depois uma pessoa cresce e habitua-se a sofrer. A esperar. A sonhar um bolo gigante a partir de três migalhas. A acreditar no impossível. A desejar o impensável. A querer que aqueles que amamos nos tragam o mundo numa bandeja. A isto chama-se carregar pianos. Até ao dia em que uma pessoa se cansa, baixa os braços, olha para o piano, encolhe os braços e diz agora basta. Basta de espera, de abnegação, de sonhos, de promessas, de palavras mágicas e inconsequentes. Basta de promessas de amor, de castelos de areia, de adiamentos e hesitações, de ausências e de dúvidas. E depois, o mundo vai abaixo. As casas, os prédios, as pontes, tudo se desfaz num estrondo imenso e assustador, que faz quase tanto barulho como um coração a bater com a porta. E como é o nosso coração que está a bater a porta, ainda custa mais.
E sentimo-nos a desmanchar por dentro. Não é a partir, é só a desmanchar, como se nada tivesse forma ou fizesse sentido. E o piano está ali mesmo em frente, à espera de ser carregado. Dá vontade de pegar num martelo e de o destruir de raiva. Dá vontade de o abrir e tocar meia dúzia de notas. Dá vontade de descansar sobre ele e falar-lhe baixinho, ao ouvido das cordas, para lhe explicar o que se passa. Que o cansaço já está acima do sonho, que o medo está acima da força, que a vontade comanda a vida, mas não o amor. Explicar que o tempo há-de trazer nos ventos a indicação de um caminho qualquer para onde o piano possa ir sem ser carregado.
Carregar pianos. Escada acima, quatro andares sem elevador. As costas doem, os braços tremem, as curvas na escada são uma equação impossível de resolver, tudo é difícil, tudo é esforço, tudo é inglório. E o amor transforma-se numa luta, num sacrifício, somos mártires da nossa loucura, flagelados pela nossa obstinação e teimosia. E o pior é que, quando chegamos ao fim da batalha e o piano está lá em cima, não era naquela sala, nem naquela casa, nem era aquela pessoa.
Carregar pianos. Para quê, se quase todos têm rodinhas? Não é desistir, é só mudar de vida e esperar que ela nos traga o que mais precisamos, sem partir as costas nem torcer os braços. E geralmente até traz.



Margarida Rebelo Pinto.

Amor e solidão.

Entrei, porquê não sei curiosidade e aí vi a podridão de mentalidades que vai assolando certos seres humanos,o meu Nick era falso, mas penso que a maioria faz o mesmo.Começaram as amarelas como lhes chamam, depois as privadas ficava cada vez mais espantada, foi então que ele entrou,não sei porquê apesar de ver que não tinha uma cultura superior atraiu-me imenso.
Aos poucos começamos a comunicar todos os dias, comecei a amá-lo mesmo sem o conhecer, penso que o mesmo lhe aconteceu a ele só que com menos intensidade,em trabalho tive que me ausentar do país, mas gastava fortunas em telemóvel pois amava a voz dele mas não o conhecia, resolvi mandar-lhe umas fotos sabia o efeito que ia causar, era linda.
Depois das fotos apesar de ele negar senti um tipo de interesse muito mais forte então um dia vi-o no msn não era bonito mas eu amava-o daria a minha vida por ele, quando sentiu isso fez-me a vida um pouco amarga, mas eu não conseguia passar sem ouvir aquela voz.
Apesar de bonita e abastada já tinha sofrido uma traição ele também.Eu tinha superado a minha mas ele não e tratou-me muito mal várias vezes,eu não costumo perdoar mas a ele perdoava mas veio o dia que não lhe perdoei mais, ele ainda é o homem da minha vida e penso que serei a mulher que ele mais amou,apesar disso nunca nos vimos pessoalmente sofro pela falta de sensibilidade dele e ele deve sofrer também, é um amor que não deu certo, mas poderia ter dado... tudo começou num chat.


By, Eva Martins.

Viver

A vida é tão simples. Tão igual para todos. Não há pessoas diferentes, não há heróis nem famosos que se distingam dos pobres e imperceptíveis. Todos erramos. Todos sofremos. Todos temos uma vida nas mãos. O maior peso e responsabilidade que nos deram logo no primeiro sopro. Depende sim de nós cuidar de cada pedaço que nos foi concebido. Dar sabor à vida, cor e sentido. Não basta carrega-la as costas e suportar uma tonelada de mal entendidos. O corpo é tão frágil. O coração é tão sensível. Assume que erraste, chora e sofre. Aprende a perdoar na altura certa, acredita, a altura certa existe. Quando a dor que sentes é tão grande e insuportável que a queres arrancar de ti a todo o custo. O momento certo é quando precisas de te sentir bem. Se perdoaste e não o devias ter feito, deixa, a vida encarregar-se-á de to mostrar. Tudo acontece por uma razão. A razão da pura existência de ser humanos que se auto mutilam com actos irresponsáveis e mal pensados. Não és mais fraco porque cedeste, porque acreditaste. Se não acreditares a vida deixa de fazer sentido. Se depois de sofreres, voltaste a sofrer, não te arrependas do sim em vez do não. Fazemos tudo em função do nosso bem-estar. Por vezes deveríamos usar muito mais a cabeça, evitando o sofrimento. Mas muitas vezes a cabeça apodera-se do sentimento. Sentes que não merecias, talvez tenhas razão, mas mesmo assim perdoaram-te. Dá valor aos que te seguram a mão e te mostram o caminho certo. Se optares pelo errado, mais tarde saberás. A decisão é tua. Os outros falam, os outros pensam, mas és tu que sentes. Quando és tu que choras, quando és tu que te debruças sobre uma cama procurando solução. As soluções surgem sempre, por mais difíceis ou inconscientes. O que importa é que tudo tem explicação. Sabes ouvi-la? Escuta a vida, ela fala contigo todos os dias. Todos os dias aprendes. Veste a roupa que tanto gostas e bota o perfume mais caro que guardaste para aquele dia. Vai à luta, mesmo que tropeces ou te magoes. Se não arriscares nunca saberás. Amanhã nada te garante que o teu sopro de vida não acabará. Sai de casa, bebe um shot, diz aos teus melhores amigos que os adoras, diz aquele que te completa o quanto o amas, agradece aos teus pais, bate palmas e salta. Estás vivo.

By, Adriana Lopes.

Quero-te de volta!

Sinto-te distante! Sinto que já não és a mesma pessoa como eras antes, eu mudei, tu mudas-te e já não podemos fazer nada para voltar.mos atrás! Tenho saudades tuas, tenho saudades como de como eras antes,tenho saudades de te sentir perto de mim, não fisicamente mas também psicologicamente! Como já te disse tenho medo, bastante medo que a nossa amizade se torne num simples "Bom Dia" ou num simples "Tudo Bem?", não percebo esta nossa distância, talvez te sinta um pouco "arrogante" para comigo, a tua maneira de falar mudou completamente, podes dizer que estou a ficar paranóica mas simplesmente é a minha opinião perante a nossa amizade neste momento! Podes achar que n existe muita diferença na nossa maneira de falar um para o outro, podes dizer que simplesmente o facto de não haver coisas para contarmos nos torne diferentes! Mas eu sinto que a nossa amizade está a desmoronar.se a cada dia que passa, sinto também que já não somos tão amigos como éramos, simplesmente como já disse mudámos um e o outro! Tu dizes que continuamos os mesmos, eu discordo! Digo que estamos mais afastados, digo que quero a pessoa que tu eras antes, digo que preciso da pessoa que eras antes, digo que quero voltar a sentir a pessoa que tu eras antes e não no agora! E quero que voltes á pessoa que tu eras antes porque tenho medo que a nossa amizade chegue aquele ponto que eu odiaria que chegasse! Antes eras aquela pessoa meiga, doce, querida, simpática,verdadeira agora mudas.te completamente! Quero aquela pessoa que me ajudou quando eu precisei, quero sentir o carinho, o afecto, a amizade que tu sentes por mim e neste momento não estou a sentir! Percebes.me? Quero que voltes ao teu estado normal, independentemente do que já aconteceu ou o que está a acontecer contigo! Pensa que tens amigos que estão a notar a tua diferença pela parte negativa, pensa que se calhar os teus amigos só te querem ver bem e feliz, pensa simplesmente que os teus amigos precisam de ti como eras antes! 
Só te peço que voltes!! Preciso de ti, da pessoa que eras antes e que agora mudaste completamente, quero.te sentir como sentia antes, quero falar.te e não ter medo da tua resposta, não penses que estás a ser um monstro para mim não nada disso, simplesmente quando te falo agora tenho imenso receio do que possas responder! Isto é um sentimento que eu antes não tinha, não tinha medo do que pudesses pensar de mim, não tinha medo das tuas respostas perante a minha pessoa! Vês agora o que a tua pessoa mudou? Percebes agora o que eu te estive a dizer naquela conversa que tivemos? Percebes agora o meu sentimento neste momento perante a tua forma de estar? 
Podes não acreditar mas sinto.te distante! Podes pensar que só estou a deitar isto da boca para fora, podes pensar que estou a ficar paranóica, mas a verdade é esta: Tu Mudaste Completamente!
Naquela fase da minha vida tu estiveste lá, tu apoiaste.me, tu deste.me bastante força para conseguir ultrapassar isto, tu simplesmente acreditas.te em mim, na minha força, na minha coragem, simplesmente acreditas.te que tudo se iria resolver e que esta fase iria acabar da melhor maneira possível, e por fim acabou da maneira que todas as pessoas queriam e desejavam que acabasse! Naquela fase senti a tua pessoa tão perto de mim, tão preocupada comigo, tão preocupada com o meu bem-estar, tão preocupada com a minha saúde, simplesmente aí vi a pessoa que estou neste momento a tentar de novo encontra.la! Bolas tu és uma pessoa forte, cheia de coragem, cheia de amigos, cheia de virtudes, porque fizeste com que tudo mudasse? Aquela pessoa tão perfeita que tu eras, aquela pessoa que eu amava e ainda amo de verdade onde está? Possas! Quero-te de volta!


by, Ana Carolina De Jesus Barroco

Para quê?

De que vale ter tudo o que queremos, se depois não haveria mais nada para querer?
De que vale ganhar batalhas sem luta, se podemos cair no primeiro precipício que nos aparecer?
De que vale ter asas se não podes voar?
Para quê sonhar?
Para quê lutar?
Para quê viver?
Muitos se perguntam sobre isto e eu apenas digo:
Se sonhas, voas, logo necessitas de tuas asas para voar, sonhas porque a vida é feita de sonho, muitos se perguntam para que serve sonhar mas poucos pensam no que seria a vida sem sonhos, sem esperanças...e se não lutarmos nunca iremos realizar esses sonhos,nunca passarão de sonhos, e esperanças de esperanças...
E o porque de viver?
Para voar com as tuas asas, para sonhar, para ter esperança, para lutar e conquistar, par um dia ser finalizada pela morte e dar inicio ao que possa ser uma outra vida!
Pois tudo na vida tem inicio e fim!!! A nossa meta é a morte!!! Ou talvez esta até seja a partida!
De tal forma tudo pode acabar com ela, mas ao mesmo tempo tudo pode começar!
Mas se tudo o que começa tem fim!O que acontece aquilo que nunca teve inicio?
De que vale ter tudo se por vezes esse tudo não vale absolutamente nada!


By, Raquel Ferreira Caetano da Rosa

vazio!

Dás três voltas a maldita fechadura, deparas-te com o vazio que criaste. Descalças-te e pousas as chaves. Arrumas o casaco no armário e sentas-te a ler o que o carteiro te trouxe, nada diferente do mês passado, apenas mais contas. Suspiras pelo fim do dia. Ouves a vida lá fora enquanto cá dentro te agarras ao silêncio inoportuno. Todos os dias é assim. Arranjas um pão com leite achocolatado, fazes uma omolete (do nada que cozinhas) ou telefonas a pedir algo do «Take Away». As horas passam com o girar da bola no campo, um pouco de euforia dos adeptos mantem-te acordado até o sono chegar, e finalmente fechas os olhos na cama larga e extensa que vagueias noites sem fim.
As tuas pernas já não têm força para pegar na bicicleta e fugir por aí aos fins de semana, por isso deixas-te ficar um pouco mais na cama, enquanto tudo lá fora se agita.
O único som que ouves na casa é o tremer das paredes provocado pelos vizinhos do andar de cima. Já nem isso te incomoda.
Lembras-te quando foi a ultima vez que a campainha tocou? Talvez apenas para receberes o jantar que encomendaste.
Perdeste tudo à tua volta.
Vagueias sozinho. Não conversas. Não tens sonhos. Não tens companhia no meio de paredes que deixaste por ilustrar. Não soltas uma gargalhada à anos. Não tens emprego porque foste mal educado para o teu patrão. Não tens amigos porque os maltrataste quando te quiseram ajudar. Não tens mulher porque não sabes amar. Não tens filhos porque um dia os mataste.
Assim,
Morres. Sozinho. No vazio que criaste.


By, Adriana Lopes.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

As cores da vida.

Onde foi a minha tela?
Onde foram todas as cores?
Quero poder pintar o meu mundo de cores, dar à minha vida o brilho do arco-iris que em minha infância pintei!Cheio de cor, de sonhos, esperanças!Quero dar todo esse sabor à minha vida, quero poder amar, saborear o amor...
É complicado quando as tintas faltam, quando a tela rasga, quando o pincel é a única ferramenta..
Quando nós e apenas nós nos temos a nós próprios para encontrar as cores e o arco-íris para pintar...
Devolvam a minha tela, quero poder pintar o meu retrato, quero pintar de cores a minha sombra escura, quero transforma-lá em algo que eu possa amar, algo que faça elevar o meu sonho a minha esperança...
A pouco e pouco deixarei de ter a sombra negra e passarei a ter duas sombras de mão dada, duas almas que se encontraram no infinito e que ficaram na realidade!!!
Quero encher o mundo de todas as cores que existem, pintá-lo até ao infinito, quero mudar todas as cores, tornar tudo diferente, mudar o mundo...
E se um dia pintasse todos aqueles cantos escuros e medonhos de cores claras e brilhantes??
Se um dia pintasse o mundo e espalha-se a alegria??
Apenas se encontra-se as cores que tanto procuro, as cores do meu arco-íris!!!
Se te encontra-se coberto de azul no meio do verde da floresta!!!
E as nossas cores se fundissem naquela cor única, inigualável a outras, naquela cor que falta no meu arco-íris!Enfim a cor que procuro!?
Pois todos nós somos puzzles por completar, onde hão-de faltar sempre peças, pequeninas peças feitas de cores diferentes!!
Vou encher o mundo de cores!!
À procura das cores que possam pintar o meu arco-iris!!
A vida é um puzzle, e nós somos algumas das peças que procuramos, elas encontram-se dentro de nós, na voz da nossa alma!!
Tu, tu és a peça que me falta, mas afinal quem és tu? Se ao menos eu te pudesse encontrar por entre a neblina da montanha!!
Ou se ao menos me pudesses encontrar neste frio esconderijo!
Procurando a peça complemente esperando que seja ela me encontrar!


By, Raquel Ferreira Caetano da Rosa

Sem destino.

Se eu pudesse, gritava até que a voz enrouquecesse…
Eu correria até que o caminho nos meus pés faltasse…
O meu coração dispararia numa ânsia que, ao final de pouco tempo, arrebentaria, enchendo-me todo de sangue por dentro.
Que vida cruel, injusta… que eu vivo! Que faço aqui? Qual o meu papel nesta vida inútil? Tantas coisas que eu poderia fazer, e estou aqui, confinado ao silêncio e à inutilidade…
Meu pai me disse: "Não tenho orgulho em ti!". Porquê? Esta é a minha pergunta! Percorri toda esta estrada para chegar aqui e agora que sou quem sou, que fiz tantos sacrifícios, vejo-me desamparado e sem destino. Tudo o que fiz foi em vão? Parece que sim…
Estagnei. O meu orgulho vem do orgulho que os outros têm de mim e sem ele eu não posso voltar a ser quem era. "Não tenho nenhum orgulho em ti!" – esta frase custou-me a alma e ficará para sempre aí gravada.
Desilusão. Terei eu percorrido todo este caminho para acabar assim? Não sou eu quem está desiludido mas sim os outros. Desiludidos porquê? Se nem eu me sinto desiludido, porque é que os outros se sentem assim? Ainda sou criança e o caminho é longo…
Avanço… Este coração bate ainda mais depressa. Quando é que ele rebenta? Nunca mais chega essa maldita hora. Que ele rebente logo e acabe com toda esta amargura.
Já temi a morte mas agora não a temo mais. É parte integrante da vida e é onde todos irão parar mais tarde ou mais cedo. Hoje podem ser tudo mas amanhã serão como eu – nada! Temo é o sofrimento. Antes morrer a sofrer a vida inteira.
Tudo turvo… Não consigo ver nada à minha frente. (nota da autora: comecei mesmo a chorar nesta parte e a sentir mal) Foi a tensão a baixar ou será o começo do fim da minha vida?
Uma janela abre-se ao meu lado. Tão fácil de caminhar para ela e atirar-me! Apenas segundos… e tudo acabaria. Até o meu coração poderia rebentar entretanto e tudo ainda era mais rápido.
Se já não há orgulho, também não há vida. Se qualquer um é melhor que eu, então que faço aqui? Abraça esses que são dignos de viver e deixa-me ser feliz como quero. Deixa-me sorrir para a vida antes que ela acabe.
"Se o vir, irei cumprimentá-lo. Ele é melhor que tu." – Que merda! Estas palavras não saiem da cabeça. Uma revolta nasceu dentro de mim e a partir de agora começará a consumir a minha sanidade.
Meu irmão… Nunca passou de um sonho. Eu nunca tive irmão. Mas será ele o único que tem orgulho em mim? Será o único que me dá valor?
Há tempos, eu faria tudo para o matar e agora quem quer morrer sou eu. Que ele viva… Já não me importo com nada!
Começo a correr mais depressa… Quando é que isto acabará?
Grito mais alto… Quando é que a minha voz se calará?
Bate o coração mais desesperado… Quando é que parará?
Vivi sempre sozinho sem amigos e sem nada. Apenas meus pais me davam valor. Encontrei amigos e voltei a perdê-los. Que fiz eu para merecer isto? Nada! Descobri que não é meu destino ter amigos. Agora que os voltei a perder e a minha família também me deixou, fiquei sem apoios… Fiquei sem destino!
Quero morrer!
Paro! Vejo tudo a andar à roda! É sinal que já começou… Brevemente estará tudo acabado.
Caio no chão. Os meus braços são o único amparo que tenho no momento. Eles impedem-me de cair mais e eu nem isso entendo porquê. Porque o meu corpo nega-se a morrer quando é só esse o desejo da minha alma?
Chamaram-me criança mimada, e talvez até tenha sido! Mas nunca pedi grande coisa ao logo desta vida. Apenas carinho e compreensão. Queria que tivessem orgulho em mim… Até isso me recusaram agora.
O meu irmão sempre teve tudo e pouco sobrou para mim. Mas todo esse orgulho excessivo custou a vida a vocês, meus pais! Tanta coisa deram àquele pobre ingrato que ele vos pagou com as vossas vidas. Minha alma grita que foi bem feito, mas a minha boca nega-se a cometer tal pecado. Enquanto há muitas pessoas no mundo que pedem tudo e têm ainda mais, há outras que não pedem nada e a única coisa que pedem até é negado.
Não! Eu nunca pedi nada aos meus pais… Nunca lhes dei trabalho! Apenas pedia amor e que nunca desistissem de mim. Mas a partir do momento que comecei a sentir que, até mesmo assim, me estavam a abandonar, comecei a refugiar-me no meu próprio mundo. Transferir para objectos o amor que me tiraram, foi o que eu sempre fiz de melhor. Aqui… fechado neste mundo onde mais ninguém pede entrar além de mim…
Sou chamado à realidade. Um corvo corta o céu grasnando tão intensamente que os meus ouvidos até doem. Corvos… Há quem diga que são o símbolo da morte! Mas para mim são apenas simples e coitados corvos que voam à espera que chegue o fim da sua vida.
Como a vida pode ser tão injusta! Se eu ganhasse asas voaria para longe. Continuaria a voar até perder todas as forças que me restassem e acabasse caindo na terra. Se algum dia isto vier acontecer, então eu quero cair no fogo. Quero arder e transformar-me em cinzas… Quero que o vento bata nelas e as espalhe sobre toda a terra. Assim toda a gente terá de se lembrar de mim! Também desejo que algumas cinzas poisem sobre o túmulo dos meus defuntos pais. Talvez assim eles digam: "Como podemos não dar valor ao nosso querido filho? Ele era tudo para nós!".
Tudo? Um riso estridente apodera-se dos meus lábios. Eu era tudo para vocês… Eu NUNCA fui nada para vocês! Sempre foi meu irmão isto, meu irmão aquilo e eu apenas tinha de ficar parado, a observar. Aliás, até mesmo se eu me afastasse e não desse provas da minha existência era muito melhor.
Os meus olhos arregalam-se. Estou rodeado de sangue. Sangue que se espalha a toda a minha volta e pinta-me as mãos. Sangue que se recusa a sair e que ainda me quer marcar mais. De quem é este sangue?
NÃO! Minha voz ergue-se num grito agoniante e aflito. Não quero este sangue nas minhas mãos… Não quero este sangue a manchar-me as roupas… Não quero ver mais sangue… Não quero admitir que morri…
Cada vez que olho mais intensamente para este sangue é impossível pensar no contrário. De onde vem o sangue? Está vindo de todos os locais do meu corpo…
É o meu sangue? Não pode ser, por mais que eu desejasse, nem uma simples ferida corta a minha pele. Mas por outro lado, a minha alma está completamente partida e cheia de feridas. Será ela que está a sangrar?
Agora não tenho dúvidas! Este sangue representa o fim da minha vida? A sua cor é inconfundível… É o sangue do meu irmão, que eu derramei… O único objectivo da minha vida a que me dediquei com todas as forças da minha alma. Abdiquei de todos os meus sonhos e de tudo só para o matar. Jurei vingança por pessoas que nunca me amaram mas agora que terminei a minha missão, sinto-me mais vazio do que nunca. Sempre achei que era meu destino matá-lo e assim que o conseguisse, me sentiria completo; mas agora não passo de um fragmento perdido no mundo, aguardando a sua lenta morte.
Uma revolta tremenda circula nas minhas veias e queima todos os órgãos onde chega. Sinto-me a arder por dentro e é um desgosto que não consigo suportar… Como pude ser tão estúpido! Pensar que matar o meu irmão me faria feliz e me libertaria de toda a mágoa do mundo. A vingança não traz felicidade a ninguém, apenas trás desgraça e sentimentos fatais.
A minha vida não valeu para nada! Vivi tantos anos… para acabar assim, sem um mínimo orgulho em mim, sem um mínimo sorriso e sem a mínima vontade de viver durante mais um segundo.
Olho em frente. Uma falésia ergue-se diante de mim. Consigo pôr-me em pé e caminho até ela. É tudo tão alto e a escarpa é um palácio aos meus olhos. Atirar-me daqui e tudo se resolveria. Sentir o vento rasgar as roupas até penetrar na pele cortando-a como lâminas afiadas, enquanto a pressão começa a ultrapassar os limites e a comprimir o meu corpo interiormente. Sentir um grito que se encrava na garganta, sufocando-me. Num último desejo clamo para que me matem e quando dou por mim, estou a tocar no chão, mas já não estou vivo.
Um calafrio percorre a minha espinha e faz-me recuar. Uma morte daquela falésia seria terrível, mas não tanto como morrer cercado de labaredas, ardendo mais intensamente, fazendo o meu corpo implorar por perdão e por misericórdia. Não quero morrer no fogo! Pior seria morrer afogado, quando deixaria de poder pensar, de agir e de respirar! Não temo a morte! Apenas temo o que venha depois dela. Mas agora também já não tenho nada a perder.
Pensava que depois de cumprir o meu destino seria livre mas… afinal fiquei foi sem ele. Cumprir o destino significa perder o motivo para viver, significa ficar sem destino! Ficar perdido, ficar sem nada…
Durante tanto tempo pensei que era feliz. Que tinha tudo e nunca me poderia faltar nada… Mas apenas num minuto tudo mudou… Estou farto de viver! Estou farto de existir! Estou farto de ser quem sou!
Volto as minhas costas à falésia e desato a correr. Posso não ter mais forças nas pernas mas mesmo assim obrigo-as a mexerem-se. Raios para esta vida! Que merda… Este coração já devia ter estalado!
De repente tropeço. Caiu no chão e sinto o meu estômago às voltas. Uma matéria quente sobe pelo meu esófago e numa agonia vomito algo que nem sequer sabia que tinha ingerido. Sangue…
Desta vez é o meu sangue que mancha o chão. O meu coração está ainda mais acelerado.
Uma dor, como nunca imaginei sentir. Uma dor que nunca pensei que pudesse ser assim tão forte! Mais forte que sentir os braços e as pernas a serem arrancados, mais forte do que sentir a vista a ser queimada, mais forte que a cabeça a ser esmagada e ainda mais forte que a aflição de morrer enfiado num caixão ainda com vida.
PAREM! Por amor de Deus! Parem! Não quero sentir mais esta dor!
Levo a mão ao meu coração. Ele bate mais devagar mas as minhas veias estão a dilatar excessivamente. Sinto pulsarem mais vigorosamente na minha testa, na minha cabeça e no resto do meu corpo. Estou a escaldar! Sinto-me a arder por dentro… Finalmente o meu coração rebentou com tanta amargura e desgosto. São os últimos segundos da minha vida e também os mais dolorosos.
Então isto é que é morrer! Nunca pensei que fosse assim tão dolorosa a morte, a qual que eu tive uma enorme vontade de abraçar há momentos atrás.
Fragmentos de lembranças continuam a percorrer-me o espírito: "Não tenho orgulho em ti!", "É assim que espero de um filho meu!", "Não te tornes no que o teu irmão é!", "Ele só fala em ti quando está comigo!", "Quando o vir, vou cumprimentá-lo!", "Não és o meu filho!".
Não quero morrer assim! Quero continuar a viver! Morrer sem destino é o pior que me poderá acontecer… Não haverá ninguém que me recorde, não haverá nada de que me orgulhe, não deixarei nenhuma marca neste mundo.
Mas agora já não posso fazer nada. Fui eu que escolhi este destino… Ao talvez tenham sido os outros que me obrigaram a escolher este caminho!
Afinal quero morrer! Quero sentir o fim… Não me quero reencontrar com ninguém na outra vida! Não quero o céu, nem o inferno! Simplesmente quero deixar de existir para sempre. Não quero ressuscitar, nem reencarnar! Quero perder o meu corpo e a minha alma.
Já não vejo nada. Já não sinto nada. O meu corpo está a desfalecer e a minha alma a expirar. Tenho o meu embate de chão. O meu sangue mistura-se com a terra, envolvendo-me. Mistura-se com a terra e com o sangue que derramei do meu irmão!
Mas NÃO! Eu ainda estou aqui! Estarei morto ou vivo? Estarei a morrer ou ainda vou viver?
Agora sei que esta vida não podia ter sido pior! Afinal… nasci sem destino!


By, Maylene (Maylene Angel)

São palavras sentidas, sempre foram ♥


13-02-2010 <3

- 21:54:36 Mahara! -> ÉS A MELHOR PESSOA DO MUNDO! «333
- 21:55:01 Bruninho Keita c(: -> POSSO SER A SEGUNDA PORQUE A PRIMEIRA ÉS TU AMOR!


Não quero, não vou nem tenciono esquecer tudo o que vivemos.
Passamos por muitas coisas mas passamos juntos. Eu aprendi coisas contigo que nunca ninguém me tentou ensinar. Cresci ao teu lado, um pouco também por ti e para ti!
Agora, damos pelo tempo passar e já lá vai um ano e tal. Repara no que nos tornamos? Não nos conhecíamos de lado nenhum e em tão pouco tempo somos tão cúmplices um do outro, temos uma amizade tão forte e verdadeira, temos tanta segurança quando estamos juntos! É UMA AMIZADE COMO HÁ POUCAS! @
Sei que com isto que sem tem passado que te afastaste, eu compreendo, mas já está tudo resolvido e eu quero que tudo volte a ser como dantes. És tu quem me faz sorrir, és tu quem me apoias, és tu quem me dás razão mesmo que eu esteja errada, és tu que me completas, és tu quem me faz feliz meu grande amigo.
Já te disse tantas vezes mas quero repetir! Eu tenho medo de te perder. Sabes o que seria a minha vida sem ti, sem a tua força, sem a tua coragem? Nada ia ser igual. Por isso, promete: FICA COMIGO POR FAVOR!
Quero mesmo que tu sejas feliz, porque se tu te sentires bem somos os dois a sentir (‘:

Aconteça o que acontecer, estarás sempre no meu coração. Já habitas lá desde que nos conhecemos <3

Adoro-te do fundo do coração meu orgulho, meu melhor amigo, meu marido! (L)

não há que me vai fazer arrepender!

Eu tenho mesmo que fazer isto para ficar calma. Deixa-me por favor amor *-*
Desde que te conheci, sempre senti que eras especial! Não era atracção mas eras um rapaz diferente dos outros. Sempre foste o rapaz mais querido que conheci, ainda agora o és. Digo-te com todas as certezas que tenho.
Tinhas um cuidado tão bom com as raparigas, não só comigo mas com todas as tuas amigas.
O tempo encarregou-se de nos aproximar. Agora, arrisco-me a dizer que somos como irmãos, ou até mais do que isso.
Depositei em ti uma confiança como nunca tive coragem de depositar em alguém.
Estou aberta contigo e não tenho vergonha de te dizer nada, sei que percebes tudo o que te digo e muito mais, para além do que o que te estou a tentar dizer sem dizer nada.
Tu sabes como me transmitir calma e paz. Tu nos últimos tempos tens-me dado, sem saberes, muito força e eu senti-me mais seguro e protegida.
Tu, dia após dia, completas-me. Fazes-me sentir feliz. Fizeste-me crescer. Ensinaste-me a viver a vida de outra maneira.
Hoje dei por mim a ler as nossas conversas. Tenho guardado no meu telemóvel as lindas mensagens que me mandavas e de repente lágrimas, tristes e solitárias, escorrem timidamente pelo meu rosto. E queres saber porquê? Até custa dizer, mas nunca alguém me disse coisas tão lindas, tão sentidas, tão especiais. E eu tenho medo de perder estas coisas boas que tu me proporcionaste... Tenho medo de não poder ouvir-te a dizer mais isto por um motivo tão estúpido! :/
Já te disse isto mas quero repetir as vezes que forem preciso. Não fui eu que escolhi, acredita meu bem.
Nos últimos tempos uma estranha sensação tem-me atormentado os meus dias. Não sei o que é mas tem-me criado alguma estranheza.
Não sei se é a minha cabeça a confundir tudo, ou se estou a sentir realmente algo por ti. Não sei se foi por ter esquecido o mfas, como estava carente e como tínhamos uma relação tão forte e próxima, deixei-me levar. Não sei mesmo explicar como e porque é que estou assim, mas sinto-me bem ao viver este sentimento.
Há algo que não me faz tirar-te da cabeça. Sempre que eu preciso de ti e tu não estás por perto, eu procuro aquela paz que tu me ensinaste nas tuas fotos, nas nossas conversas/mensagens, e até mesmo nas gravações que eu fiz de tu a cantares nas nossas chamadas.
Eu disse-te que não ia lutar por isto e agora quero explicar-te o porquê. Não é que eu seja uma fraca, que desiste logo à primeira duma coisa que ainda não conheço e que não lute por aquilo que quero mas para mim a tua amizade é muito mais importante, acima de qualquer coisa.
E foi por este motivo que eu não te contei nada. Porque, antes de tudo, eu queria ter certezas do que realmente sinto. Não, eu não queria estar a passar por isto que estou a passar agora mas trocaram-me os planos.
Tu sabes, eu queria muito lutar por esta relação, eu queria-te fazer feliz embora sem a tua vontade não posso!
Lembraste do que me disseste? “O futuro somos nós. O destino já está escrito.”
Sê sincero comigo por favor e diz-me o que sentes! Diz-me o que sou para ti. Se te sou indiferente ou não.
Olha-me nos olhos e diz que não tenho hipóteses. Diz-me se achas se devo lutar ou não, que não estas nem queres investir numa relação.
Não me magoas, diz só i que sentes. Bruno, viver na dúvida não é vida, e eu tenho medo de cometer algum erro. E se eu desistir e tiver hipóteses? E se eu lutar e sair magoada? É isto que me está a tirar estas noites de sono.
Por favor, eu só não te quero perder, nem a ti nem à nossa amizade. Sabes que és o meu melhor amigo e se nos demos tão bem até agora, não quero que seja isto que nos separe.
Lembraste da nossa promessa? “Vamos ficar juntos até sermos velhinhos!”
És o meu orgulho, independentemente de TUDO o que possa passar, 88 <3
Quero, mesmo que um dia te afastes de mim, que sejas FELIZ, porque tu mais do que ninguém, mereces. E espero também que concretizes o teu sonho, ser jogador de futebol profissional, porque com o meu apoio podes contar SEMPRE!

Por tudo o que disse e por tudo o que ficou por dizer, eu AMO-TE MELHOR DO MUNDO! (L’
Porque acima de tudo o que sinto, tu és e serás sempre TU! Meu marido mais lindo, 88 (:

/Desculpa o tamanho da mensagem, desculpa a hora, desculpa esta situação! ADORO-TE MDMV <3

- Mahara, 08 de Abril de 2010, 02.52h.